A batalha pela fé evangélica
Referência: Judas 1-4 NAA
¹ Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de
Tiago, aos que foram chamados, são amados em Deus Pai e guardados em Jesus
Cristo. ² Que a misericórdia, a paz e o amor lhes sejam
multiplicados. ³ Amados, quando eu me empenhava para
escrever-lhes a respeito da salvação que temos em comum, senti que era
necessário corresponder-me com vocês, para exortá-los a lutar pela fé que uma
vez por todas foi entregue aos santos. ⁴ Pois certos indivíduos, cuja sentença de
condenação foi promulgada há muito tempo, se infiltraram no meio de vocês sem
serem notados. São pessoas ímpias, que transformam em libertinagem a graça do
nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
Judas, irmão de Jesus, escreveu esta carta para exortar (esta
palavra era usada para descrever um general dando ordens a um exército). Exortar a igreja a batalhar pela fé evangélica (v. 3). Era um
tempo perigoso, onde muitos falsos mestres estavam sorrateiramente entrando
dentro das igrejas e ensinando heresias. Judas que antes não cria em Jesus (Mc 6:3), ³ Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão
de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E
escandalizavam-se nele. Depois da sua ressurreição, estava entre os 120 que receberam o
derramamento do Espírito Santo no Pentecoste (At 1:14). Os primeiros 7 versos É UM CHAMADO À BATALHA ESPIRITUAL –
V. 1-7; O exército de Deus – v. 1-2
O que os crentes são – Judas usa três expressões para
descrever os crentes:
Os chamados – Foi Deus quem nos escolheu primeiro. Ele nos predestinou e
nos chamou.
Os amados – Deus nos amou com amor eterno. Ele nos amou primeiro.
Os guardados – Enquanto Deus preserva os anjos caídos (Jud 6) e os falsos
mestres (v. 13) para condenação, preserva os crentes para a glória (v. 1).
O que os crentes têm – Novamente Judas usa três expressões
para descrever as bênçãos que os crentes possuem e que podem ser multiplicadas:
1)Misericórdia – Deus em sua misericórdia não nos dá o
que merecemos, visto que lançou sobre o seu Filho o castigo que merecemos.
2) Paz – Uma pessoa não convertida está em guerra
contra Deus, mas por causa da obra de Cristo na cruz, fomos reconciliados com
Deus e temos paz com Deus. 3) Amor – A cruz é a demonstração do amor de
Deus. Os apóstatas podem pecar, cair e sofrer condenação, mas os verdadeiros
crentes são guardados em segurança em Cristo por toda a eternidade. O inimigo – v. 3-4. Judas escreve para alertar a igreja sobre a batalha da fé,
visto que a igreja estava sendo minada por falsos mestres (v. 3). Judas agora
identifica o inimigo, os apóstatas, nessa batalha e traça suas características:
a) Eles são dissimulados – v. 4a – Os falsos mestres
entram na igreja porque os crentes dormem (Mt 13:25,38). Eles vêem de fora e
surgem de dentro da igreja (At 20:29-30).
b)Eles são ímpios – v. 4b – Eles dizem pertencer a
Deus, mas eles são ímpios na sua forma de pensar e agir (2 Tm 3:5).
c)Eles são inimigos da graça de Deus – v. 4c – Eles
entram na igreja para mudar a doutrina. Eles querem encontrar base doutrinária
para justificar sua conduta libertina. Prometem liberdade, quando eles mesmos
são escravos (2 Pe 2:13-14).
d)Eles negam a supremacia de Jesus Cristo – v. 4d –
Eles podiam até afirmar que Jesus era um grande mestre, mas não o verdadeiro e
soberano Deus e Senhor.
e)Eles são destinados para a condenação – v. 4b – O
texto não está dizendo que eles foram destinados para serem apóstatas, como se
Deus fosse responsável por seus pecados. Por se tornarem apóstatas Deus os
destinou à condenação. Como a igreja vai enfrentar os falsos mestres? Batalhando
pela fé, ou seja, pela verdadeira doutrina. A palavra “batalhar” (v. 3) é
agonizar. O púlpito deve tanto proclamar a verdade como denunciar o erro. A vitória – v. 5-7 Judas dá três exemplos do juízo de Deus sobre aqueles que
resistiram a sua autoridade e se apartaram da verdade. Judas está dizendo que
Deus julga os apóstatas e os falsos mestres.
a) Israel – v. 5 – Os pecados de Israel foram
registrados para nos alertar (1 Co 10:11). Aqueles que se apartaram da verdade
pereceram no deserto.
b) Os anjos caídos – v. 6 – Deus exerceu o seu juízo
sobre os anjos caídos e os condenou ao inferno (2 Pe 2:4).
c) Sodoma e Gomorra – v. 7 – Os sodomitas
entregaram-se à prostituição e ao homossexualismo e Deus os condenou ao fogo
eterno.
O pecado de Israel foi incredulidade. O pecado dos anjos foi
rebelião contra a autoridade de Deus e o pecado de Sodoma foi indecência moral.
Do mesmo jeito que Deus julgou os anjos, os estrangeiros e Israel, ele julgará
os falsos mestres. Ninguém poderá rebelar-se contra a autoridade de Deus e
prevalecer.
DESMASCARANDO O INIMIGO, OS APÓSTATAS – V. 8-16
Tudo que Judas escreveu sobre os apóstatas nesse parágrafo
pode ser sintetizado em três sentenças:
Eles rejeitam a autoridade divina – v. 8-11. Toda a autoridade vem de Deus. Aqueles que exercem
autoridade, devem estar debaixo de autoridade. O apóstatas se colocavam acima
das Escrituras e dos apóstolos (v. 8). Exemplo: Hoje alguns líderes se auto
promovem e se chamam apóstolos. A causa da rebelião é que eles são sonhadores alucinados (v.
8). Eles vivem num mundo irreal e ilusório. Eles crêem na mentira de Satanás
(Gn 3:5). Eles se tornam como animais que vivem guiados pelo instinto (v. 10 e
2 Pe 2:12,22). Eles se entregam à luxúria (v. 8) e desandam a boca para
demonstrar sua rebelião contra Deus (v. 8c,10; Sl 73:9,11). A consequência da rebelião é que eles se corrompem ou se destroem
(v. 10c). O caminho da rebelião é o caminho da ruína. A condenação dos rebeldes é visto no v. 11. Caim rebelou
contra a autoridade de Deus na questão da salvação, Balaão na questão da
separação e Coré na questão do serviço.
a) O caminho de Caim – Caim rebelou-se contra o
caminho de Deus para a salvação (1 Jo 3:11-12). Caim rejeitou o caminho da
salvação pela graça. Caim queria agradar a Deus sem fé. O caminho de Caim é o
caminho do orgulho, da justiça própria.
b) O erro de Balaão – O erro de Balaão foi a ganância
de comercializar o dom de Deus e o ministério com o fim de ganhar dinheiro (2
Pe 2:15-16). Os falsos mestres trabalham na igreja para ganhar dinheiro (1 Ts
2:5-6; 1 Tm 6:3-21). Balaão induziu o povo de Deus a pecar.
c) A revolta de Coré – Coré se rebelou contra a
autoridade de Moisés e consequentemente contra a autoridade de Deus concedida a
Moisés. Deus o julgou.