Categoria: Artigos
Data: 21/06/2025
Os Eternos Decretos de Deus
 
O que a Bíblia nos diz
sobre o ser, a natureza e o caráter de Deus, como aprouve a Ele nos revelar
essas particularidades nas Escrituras. Antes de Deus criar o mundo e o homem,
Ele ponderou, (Examinar algo detidamente; apreciar, avaliar). Ele intentou e
determinou certas coisas. Daí, esta abordagem deve entrar neste ponto. Certas
coisas foram decididas na mente e no conselho eternos de Deus, antes que Ele fizesse
qualquer coisa no âmbito da Criação. Ora, a descrição que é
apresentada na Bíblia referente ao modo ou ao método de Deus operar consiste no
que comumente se chama a doutrina dos decretos eternos de Deus. Essas são
coisas que Deus determinou e ordenou antes que tivesse feito qualquer coisa.desde a eternidade, Deus
tem tido um plano imutável com referência às Suas criaturas. A Bíblia está
constantemente fazendo uso de uma frase como esta: “Antes da fundação do mundo”
(Vejam Ef. 1:4). Deus jamais faz algo com indiferença. Nunca há algo incerto em
Suas atividades. Lembrem-se de que já concordamos que Ele é onisciente e onipresente,
que Ele conhece tudo desde o princípio ate o fim, Portanto Ele não pode ter uma
segunda reflexão. Nada é acidental, casual, incerto ou fortuito. Deus tem um plano, um
propósito definido sobre a criação, sobre os homens e as mulheres, sobre a salvação,
sobre a vida neste mundo na sua totalidade, sobre o fim de tudo, sobre o destino
final. Tudo o que Deus tem feito e causado é segundo o Seu próprio plano eterno,
e esse é fixo, certo, imutável e absoluto. Essa é a primeira afirmação. Se crêem
que Deus decidiu criar num dado ponto, que Ele decidiu que o fim do mundo, de
acordo com o tempo, deve suceder num dado ponto, seguramente, se o fim é
determinado, tudo o que conduz a esse fim deve ser também determinado; e vocês
compreendem que há também uma espécie de interrelação entre todos os eventos e
coisas que acontecem, e que todos estão se dirigindo para esse fim.
Desse
modo, a doutrina dos decretos eternos de Deus declara que todas as coisas são
finalmente determinadas e decretadas por Ele. Com respeito ao sistema
como um todo, isso é colocado muito claramente pelo apóstolo Paulo. Diz ele: “De
tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos
tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; nele, digo, em
quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o
propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (E£
1: 10,11). Com efeito, isso se aplica a todas as coisas. Paulo está falando ali
do cosmo como um todo sendo unido em Cristo, e ele diz que Deus irá realizar
isso dessa maneira. Em seguida temos mais
evidência escriturística a demonstrar que Deus, dessa maneira, governa,
controla e determina os eventos que aparentam aos nossos olhos ser totalmente
fortuitos. No livro de Provérbios, lemos: “A sorte se lança no regaço, mas do
Senhor procede toda a sua disposição” (Prov. 16:33). Chamamos “sorte” uma
questão de probabilidade e casualidade, não é verdade? Vocês “lançam” a sorte.
Sim, diz essa passagem das Escrituras: “mas do Senhor procede toda a sua
disposição”. Também no Novo Testamento
lemos que nosso Senhor diz: “Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e
nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai” (Mat. 10:29), um pequeno pardal
estatela-se morto e cai por terra. Acidente, diz você. Casualidade.
Absolutamente, não! “Nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai.” A
vida de um pequeno pardal está nas mãos de Deus. Ele, porém, prossegue: “E até
mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados” (v. 30). Há eventos que
parecem ser totalmente acidentais, no entanto são controlados por Deus. Em
seguida, tomem nossas ações livres. Leiam Provérbios 21:1 “Como ribeiros de
águas, assim é o coração do rei na mão do Senhor; a tudo quanto quer o
inclina.” O rei parece estar livre, porém Deus está controlando-o como controla
os próprios rios. Efésios 2:10 nos declara: “Porque somos feitura sua,
criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas.”
E Filipenses 2:13 nos diz: “Porque Deus é o que opera em
vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” Não obstante, chegamos a
algo mais extraordinário e surpreendente: as Escrituras nos ensinam que até
mesmo as ações pecaminosas estão nas mãos de Deus. Ouçam Pedro pregando no dia
de Pentecoste, em Jerusalém: “A este que vos foi entregue pelo determinado
conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas
mãos de injustos” (Atos 2:23). Em seguida, Pedro o coloca nestes termos: “Porque
verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram,
não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel” -
prestem atenção – “para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham
anteriormente determinado que se havia de fazer” (Atos 4:27,28). O terrível pecado daqueles
homens fora determinado de antemão, pelo conselho de Deus. Temos também um
tremendo exemplo disso no livro de Gênesis, aquela famosa declaração de José a
seus irmãos. José, rememorando os fatos de sua história, virou para seus irmãos
e disse: “Assim não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus...” (Gên.
45:8). Do nosso ponto de vista, foram eles que o fizeram. Eles haviam agido
perversamente, haviam feito algo muito ímpio, movidos por motivos mercenários e
como resultado de sua própria inveja. “Mas”, disse José, “não fostes vós que me
enviastes para cá, e sim Deus”. Estas ações pecaminosas emanaram deste grande e
eterno decreto de Deus. Ora, sejamos bem explícitos sobre isto. Em vista do que
já concordamos sobre a santidade de Deus, devemos uma vez mais dizer o
seguinte: Deus não causa o mal em nenhum sentido, em nenhum grau. Deus não
aprova o mal. Ele, porém, permite que os agentes perversos o realizem, e então o
administra para Seus próprios fins sábios e santos. O mesmo decreto de Deus que
ordena a lei moral, que proíbe e pune o pecado, também permite sua ocorrência. Limita-o,
porém, e determina o canal específico ao qual ele será restringido, bem como a
finalidade exata para a qual ele será dirigido, e controla suas consequências
para o bem. A Bíblia nos ensina isso
claramente. Ouçam novamente aquele relato sobre José e seus irmãos em Gênesis
50:20. Disse José: “Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em
bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande.”
E creio que, em muitos aspectos, o exemplo mais chocante de todos se encontra
na traição de Judas: uma ação livre e voluntária, e no entanto um componente do
grande e eterno propósito e plano de Deus. Assim sendo, isso conduz à terceira
proposição geral, ou seja: todos os decretos de Deus são incondicionais e
soberanos. Eles não dependem, em nenhum sentido, das ações humanas. Não são
determinados por alguma coisa que a pessoa possa ou não fazer. Os decretos de
Deus não são determinados à luz do que Ele sabe que as pessoas irão fazer. Eles
são absolutamente incondicionais. Não dependem de nada, a não ser da própria
vontade e da própria santidade de Deus. Entretanto - quero deixar
isto bem claro - não significa que não exista o que se chama causa e efeito na
vida. Isso não significa que não exista o que se chama ações condicionais. Sim,
existe aquilo a que se chama, na natureza e na vida, causa e efeito. O que a doutrina afirma,
porém, é que cada causa e efeito, bem como as ações espontâneas, são
componentes do decreto do próprio Deus. Ele determinou agir dessa maneira
particular. Deus decretou que o fim que Ele tem em vista será cumprido, certa e
inevitavelmente, e que nada poderá impedi-lo nem frustrá-lo. Deixem-me
apresentar-lhes agora a minha evidência para tudo isso.  Tomem a profecia de Daniel: “E todos os
moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera com
o exército do céu e os moradores da terra: não há quem possa estorvar a sua
mão, e lhe diga: que fazes?” (Dan. 4:35). Nada pode impedir a mão de Deus, nem
mesmo questioná-la. Ou então ouçam a nosso Senhor afirmar este mesmo fato em Mateus
11:25,26: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas
coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai,
porque assim te aprouve.” Por que Deus tem escondido
estas coisas aos “sábios e entendidos” e as revelado aos “pequeninos”? Só
existe uma resposta – “porque assim te aprouve”, porque assim pareceu bem aos
Seus olhos. Paulo também afirma a mesma coisa: “E nos predestinou para filhos
de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade”
(Ef. 1:5). Recomendo-lhes um cuidadoso estudo da primeira metade do primeiro
capítulo da Epístola aos Efésios. Atentem bem para tudo o que ela diz, e
saberão que tudo o que Deus tem feito é sempre “segundo o beneplácito de Sua
vontade”.  Nada mais, absolutamente. E
inteiramente pela graça. Mas, naturalmente, vocês encontrarão esta doutrina
afirmada ainda mais claramente naquele grande e poderoso capítulo nove da
Epístola aos Romanos. Desejo, neste momento, enfatizar especialmente o versículo
11. Vocês descobrirão que ele é um versículo entre parênteses; porém, que
grandioso versículo! Que declaração! “Porque, não tendo eles ainda nascido, nem
tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição,
ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama).” O argumento de Paulo
consiste em que Deus decretara que o mais velho servisse ao mais jovem, porque,
mesmo antes que houvessem nascido, Ele havia dito: “Amei Jacó, e aborreci Esaú”
(v. 13). “Por que”, vocês perguntam, “Deus amou Jacó, porém odiou Esaú? Foi em razão
do que eles fizeram?” Não. Antes que nascessem, antes mesmo que fossem
concebidos, Deus escolheu Jacó e não Esaú. Não tinha nada a ver com suas obras,
em sentido algum. O propósito de Deus é incondicional e absolutamente soberano.
Ouçam a Paulo dizer novamente: “Que diremos, pois? que há injustiça da parte de
Deus? de maneira nenhuma” (Rom. 9:14). Que Deus os livre de chegarem a tal
conclusão! E impossível – “Pois diz a Moisés: compadecer-me-ei de quem me
compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois,
isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
Porque diz a Escritura a Faraó: para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar
o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois,
compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer." (Rom. 9:15-18)  
Fonte: https://www.monergismo.com/textos/predestinacao/decretos

















































































































































































































































































































Autor: Rev Leonardo Falcão   |   Visualizações: 96 pessoas
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