A Oração do Pai Nosso

Pai Nosso que estás nos céus - Mateus
6:9-13
 
9 Portanto, vós orareis assim:
Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu reino; faça-se a
tua vontade, assim na terra como no céu;
11 o pão nosso de cada dia dá-nos
hoje; 12 e perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; 13 e não nos deixes cair em
tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para
sempre. Amém]!

O significado desta belíssima declaração de fé permanece viva e nos
fortalece até hoje. Um modelo para seguir - a única oração ensinada por Jesus. Ela só aparece em Mateus 6.9-15, e em Lucas 11.1-4, Portanto, temos um padrão para as nossas
orações. Cada oração que fazemos deve expressar as mesmas
verdades e princípios ensinados por Jesus. não deve ser repetida mecanicamente, como uma reza. O uso demasiado pode conduzir ao formalismo, o
qual Jesus condenou. O “Pai Nosso”, é divido em três partes: 1) Invocação; 2) Petições e 3) e Conclusão. Três referentes a Deus e três referentes às nossas necessidades. As primeiras três petições têm referência ao nome, ao reino e a vontade do Pai.  As outras três às necessidades humanas (pão, perdão e vitória sobre o mal). Vemos que a prioridade deve ser dada a Deus, e depois, às nossas necessidades.  É isso que Jesus reafirma mais adiante “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu
reino e a sua justiça, e todas estas coisas [comida,
bebida e vestimenta] vos serão acrescentadas” (Mt.
6.33). Amém!
 
Quero compartilhar sobre a oração que Jesus nos
ensinou
 
1º - Pai nosso que estás no céus! Só é considerado filho de Deus aquele que recebe a Cristo Jesus, aquele que
crê em seu nome (Jo 1.12-13). É no sentido relativo à salvação que o termo “Pai” é utilizado no Sermão do Monte (Mt 5.9, 16, 44, 45; 6.18). Somente pela mediação
de Cristo Jesus, alguém pode ser considerado filho de Deus.
 “Pai nosso” indica proximidade. “Que estás nos céus”,
indica que nossa aproximação dele deve ser feita com humildade e reverência. Aqui somos lembrados que somos peregrino na terra, e que nosso verdadeiro lar está nos céus, onde habita nosso Pai .Pertencemos a Deus, somos seus
filhos, e somos cidadãos dos céus - ²⁰ Pois a nossa pátria está nos
céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, ²¹ o qual transformará o nosso
corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia
do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas. (Filipenses 3.20-21).
 
Os primeiros três pedidos expressam a
nossa preocupação com a glória de Deus, Em relação ao seu nome,
ao seu governo e à sua vontade. Primeiro vem a
glória de Deus e depois, nossas necessidades. 1b - “santificado seja o teu nome”  O nome de Deus na Bíblia significa a
sua própria pessoa, quem ele é. No Antigo Testamento Deus se revelou
utilizando-se de diversos nomes, conforme cada contexto: “Senhor dos Exércitos” (Sol 46.7, 11); “Senhor Justiça Nossa” (Jr 23.6); “O Senhor Proverá” (Gn 22.13, 14); “O Senhor É Minha Bandeira” (Ex 17.15); “O Senhor Que Sara” (Ex 15.26); “O Senhor É Paz” (Jz 6.24). Deus é santo em si mesmo. Nada que fizermos ou pedirmos poderá
acrescentar mais santidade a sua pessoa. No entanto, santificar o nome de Deus significa reverenciá-lo, honrá-lo, glorificá-lo e exaltá-lo. Neste pedido expressamos nosso desejo de que outras pessoas
conheçam e honrem a Deus com suas vidas. Isto ocorre, todas as vezes que pecadores se
rendem a seus pés e o reconhecem como Deus e Senhor.
 
2 - Venha o teu reino. Que o domínio de Deus se estabeleça sobre
todos - O Reino de Deus é o domínio de
Cristo nos corações. e que logo esse Reino alcance a
sua plenitude e consumação com a vinda de Cristo - 3 - Seja feita a tua vontade - Que seus preceitos sejam obedecidos -  “vontade” significa os
preceitos de Deus para obediência do homem. Esses preceitos fazem parte da lei
moral de Deus, que se encontra revelada nas Escrituras. Os dez mandamentos resumem toda a lei moral de Deus.
Pedimos então, que a vida aqui na
terra se aproxime o mais possível da vida no céu. Pedimos que todas as pessoas se
submetam a vontade de Deus. Não só devemos orar para que o nome
de Deus seja santificado, seu reino venha e sua
vontade seja feita, mas viver de tal forma, que tudo
isso se cumpra através de nossa vida (1Co 6.20;
10.31). 
Os três últimos pedidos bem como a
conclusão da oração, expressam a nossa humilde dependência de Deus. Notem que os pronomes possessivos
passam de “Teu” para “nosso”. Dizemos “nosso” e não “meu”. Nesta oração aprendemos
a ser generosos, incluindo em nossas orações as necessidades de todos os
nossos irmãos,

4 - O pão cotidiano - “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”, no quarto pedido, “o pão nosso de cada dia dá-nos
hoje”, Jesus nos ensina a moderação. Somos ensinados a pedir pelo
pão de cada dia. Nossa dependência de
Deus deve ser diária. A palavra “pão” é
símbolo de todas as coisas necessárias para a preservação desta vida, como o alimento, as vestes, a
saúde, a casa, a paz. Jesus ensina seus discípulos a buscar das mãos de Deus, tudo
quanto é necessário para se viver neste mundo. No deserto, os israelitas recebiam
de Deus a porção do maná para cada dia e nesta mesma
dependência devemos viver. Muitas vezes, nossas preocupações
e esforços se voltam para o acúmulo de bens e riquezas. Como consequências de tal atitude,
somos dominados pela ansiedade (Mt 6.25-33), abandonamos a dependência de Deus
(Sl 127) e negligenciamos o verdadeiro tesouro (Mt 6.19-21). A oração do “Pai Nosso”, ensina-nos a moderação e a
dependência de um Pai solícito. “e perdoa-nos as nossas dívidas”.
Perdoando e sendo perdoado Depois das necessidades materiais,
incluímos as
espirituais “e perdoa-nos as nossas dívidas”. Tão importante quanto o “pão cotidiano”, é o perdão de nossos pecados. Neste pedido reconhecemos que não
há em nós qualquer justiça própria. Por meio de Cristo podemos ter o
perdão de nossas dívidas. O perdão de nossos pecados está condicionado a atitude que temos para com os nossos devedores. Conforme os versos 14 e 15,
o Pai só perdoará aqueles, que semelhantemente perdoam seus ofensores. Isto significa que, nosso arrependimento
sincero é confirmado por nossa atitude de perdoar aqueles
que nos ofenderam (Mt 18.23-35). “não nos deixe cair em tentação”,
“mas livra-nos do mal” A proteção de Deus. O último pedido é duplo,
incluindo uma petição negativa “não nos deixe cair em tentação”, e outra positiva, “mas livra-nos do mal”. Reconhecemos mais uma vez a nossa
dependência do Senhor, de que não somos suficientes sozinhos. Portanto, em nossas tentações
ou provações, necessitamos da graça de Deus, “Pois teu é o reino, o poder e a
glória para sempre. Amém”. Confiança e dependência reafirmada. O “Pai Nosso” termina com uma conclusão,
que expressa confiança e dependência. Nesta conclusão, Jesus ensina a seus discípulos que a resposta a todos os pedidos feitos, não se baseia em seus méritos ou
esforços, mas em Deus que é Soberano, e faz tudo para a sua glória.
Louvamos a Deus, reconhecendo sua
soberania, onipotência e glória. 

Conclusão
A oração do “Pai nosso”, trata-se
de uma modelo para as nossas orações. Aprendemos com Jesus que nossas
orações devem priorizar antes de mais nada, a glória de Deus.
Em primeiro lugar vem o seu nome, seu reino e sua vontade. Em seguida, apresentamos nossos pedidos
referentes às nossas necessidades, materiais e espirituais. Pedimos para nós, como para todos
os nossos irmãos. Jesus nos ensina que nossas
orações devem terminar da forma como começamos, na confiança de que Deus como Pai
ouvirá nossas orações  e irá respondê-las
conforme sua vontade.